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Cena de "Elizabethtown", um dos melhores filmes do Orlando Bloom sem ser um épico. |
Nas últimas semanas, o vídeo de "estranhos que não se conheciam se beijam em vídeo feito por diretora" comoveu e emocionou muitos. Como todo bom viral publicitário, as pessoas foram atingidas em seu ponto mais fraco: a sensibilidade do primeiro beijo.
Em suma, o primeiro beijo costuma ser um momento marcante. E não digo somente o primeiro beijo (famoso ranca BV), mas também o primeiro beijo que damos em uma pessoa. Segundo estudo realizado na Universidade de Oxford, por Rafael Wlodarski e Robin Dunbar, o primeiro beijo é a principal ferramente de avaliação subconsciente que determina a duração do relacionamento.
Ou seja: é no momento de oscular que medimos a afeição e a famosa química da pessoa beijada. O momento do beijo envolve 4 dos 5 sentidos humanos: audição (famosa pelos sussurros que precedem o beijo); o tato (mãos, troncos, bocas, lábios e línguas); olfato (o cheiro - atraente ou não às narinas) e finalmente, o paladar. Embora haja uma parcela de pessoas que não feche os olhos, anulando assim o quinto sentido durante o ato, a maioria beija de olhos fechados, o que torna o beijo a primeira grande experiência sensorial íntima com outra pessoa.
Eu acredito - e essa sou eu, pessoa física, sem phD em nada ou estudo formal - que a partir do momento que duas pessoas se beijam, elas nunca mais terão a mesma relação. Isso não é bom ou ruim, apenas diferente. Para mim, o ósculo é uma intimidade muito grande que interfere sim na maneira como lidamos com o outro.
Como exemplo, cito um clássico da TV aberta: "Uma Linda Mulher". A história água com açúcar é bem popular - empresário rico conhece garota de programa na rua, se encanta, paga milhares de dólares para usufruir de sua companhia e a moça vive em uma realidade que não conhecia. Minha cena favorita não é que ela volta na loja que foi esnobada e escracha as vendedoras (embora seja muito boa). A cena que o Zé Mayer gringo, a.k.a Richard Gere pergunta o que ela faz e a resposta de Julia Roberts é simplesmente sensacional: só não beijo na boca. Em outra referência cinematográfica, temos "Elizabethtown", na qual Claire (Kirsten Dunst), após ser beijada por Drew (Orlando Bloom), diz que aquele beijo tinha sido mais pessoal de que muitas de suas transas.
Acho que essa é a mística do beijo: ele é o contato mais íntimo que temos com alguém (em público - a menos que você seja uma dessas pessoas tipo a Madonna que curte sexo em locais públicos). E a campanha publicitária que comoveu a todos, comoveu justamente por isso. A Vice fez isso de verdade e eu achei tão poético quanto. Deixo para cada um decidir por si só.
O primeiro vídeo (fake):
O vídeo da Vice (real):