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"A Noiva do Frankstein", filme de 1931 que resume minha visão do matrimônio |
Antes de mais nada, eu não concordo com tal afirmação, mas acho engraçada a maneira tragicômica com a qual as pessoas - homens em maioria - descrevem o casamento. Já ouvi tal sentença de diversos deles. O último, o meu futuro sogro, no sábado.
A bem da verdade, acho que mesmo os que disseram isso, não acreditam. Pelo simples fato de não terem morrido queimados. Então pertence àquela gama de hipérboles cínicas que os casados (e as casadas), vez ou outra gostam de mencionar.
O tal do casamento, que desperta pavor na ala masculina e uma necessidade na ala feminina, atualmente, é uma questão a ser pensada. O que é casar? Sim, nós sabemos o que é casar. Festa, bolo, despedida de solteiro, chá de panela, vestido, anel e muito, mas muito tule. A questão aqui é maior: o que de fato é casar?
Essa ideia de se unir a alguém para ser feliz até que a morte (ou o divórcio) nos separe é um pouco aterrorizante. Jurar aos pés do onipotente em preces comoventes ser fiel, amar, respeitar, honrar - me parece um voto perpétuo que a maioria não está pronta para assumir.
Por exemplo, mesmo quase chegando na tão temida idade balzaquiana, tenho plena convicção de que não quero me casar tão cedo. O meu tão cedo envolve ao menos os próximos 4 anos. Estou vendo as amigas casando, tendo filhos e eu, aqui, na ânsia de fazer um mochilão.
Até porque, casar é caro. Muito caro. E eu sou prática - o dinheiro de uma festa de casamento, ainda que pequena, dá para fazer muitas coisas. Obviamente, para alguém que cresceu sob os pilares do matrimônio como ideal afetivo de vida, esse é o dia mais importante (até ao menos a chegada do filho). Porém, não foi o meu caso.
Sem traumas, até porque, meus pais vivem um casamento longo e, a despeito de qualquer briga, feliz. Não se desgrudam, um não vive sem o outro. Há 26 anos. Completaram Bodas de Prata ano passado e cada, grudam mais. Não sei se é exatamente o modelo de união que desejo para mim, mas com certeza, me inspira.
Tudo isso, para dizer que eu não quero me casar. Isso pode mudar, mas eu não quero me casar. Não desse jeito que falam. Posso me unir ao meu futuro marido com um churrasco na laje, regado a cerveja, com todos os padrinhos de chinelo. Com uma piscina inflável cheia de gelo, bolovos e torresmos. Sem a necessidade de um presente que vá mobiliar minha casa. Sem a agonia patológica de ser a mulher mais linda da festa.
Se casar é isso que andam dizendo e fazendo, morrer queimado realmente deve ser melhor. Mas não estou afim de descobrir isso não. Nem o casamento, nem a morte.
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