quinta-feira, 8 de janeiro de 2015

Tira #...

     

sexta-feira, 20 de junho de 2014

Amor de Chuteiras

Você é meu amor platônico, porque eu te vejo pela TV, na ponta da arquibancada, onde você estiver. 

Eu te acompanho, todos os dias, mas não dou escândalo. Eu sempre estive lá, junto de você, na saída de aeroporto, por onde cruzaram seus passos. 
Roubei, inclusive, aquelas chuteiras que por descuido você deixou penduradas no alambrado. Roubei todo o suvenir seu que pude ter. Mas que é isso pra você, que, na breguice da frase, roubou meu coração?

E eu sempre estarei lá. E não me importa que você não saiba. Pois gosto de ser anônima, de saber que você nunca vai me desprezar, vai me corresponder, sempre e sempre. Afinal, gosto de te amar assim, nesse amor meu, para que seu gol seja pra mim, para que sua voz diga meu nome, para que assim sejamos, você e eu, campões.  

sexta-feira, 6 de junho de 2014

Reticências...

Meu amor, ela escreveu, acho que não gosto de você, gosto do que a gente tem. Colocou um ponto final, e depois outro e outro. Reticências.
Assim se encerrava o e-mail, que prefiro chamar de carta, pois trás um charme que e-mails não tem.
Ela não queria contato visual, e preferiu a distância da pena, cujo mata borrão não escondeu a tensão de suas palavras.
Meu amor, ela iniciou, será mesmo que te amo ou que estaremos assim, desgastados e perdidos, ainda que sucumbidos nesse desejo sedento que nos toca e desfalece?
Que haveria de oculto sob tamanha erudição?
Que olhos teria ela quando me visse com um buque de rosas vermelhas prestes a serem entregues? Que diria ela sobre meu amor sereno que parece não tocá-la, sobre a voz tranquila que parece apenas atingí-la quando nossos corpos se encontram?

De repente acordo. Somos eu e ela, um de fronte para o outro, no café, sob a luz florescente e econômica de padaria. Ela completa em voz serena. Meu amor, acho que não amo você, amo o que a gente tem. E pontuou correto e firme,  uma única vez. Era ponto final, era borrão, vadia...